quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

RUSSIA ACUSA EUA DE ENVOLVIMENTO NA MORTE DE GADDAFI


O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que as forças especiais americanas tiveram envolvimento na morte do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, que foi morto depois de ter sido capturado pelos insurgentes opositores.

"Drones, principalmente americanos, atacaram o comboio [de Gaddafi]" declarou o premiê em entrevista transmitida ao vivo pela televisão russa.

"Depois, com seus rádios, por meio das forças especiais que não deviam estar ali, chamaram a pseudo oposição e os combatentes que o eliminaram sem julgamento e sem investigação", completou.

Putin acrescentou que graças a essa ajuda ocidental, "eliminaram Gaddafi sem julgamento e sem investigação".

A Rússia havia criticado com veemência as operações militares que a Otan realizou na Líbia e as definiu como uma "cruzada". Na visão do país, os ataques aéreos não tinham respaldo na resolução da ONU, que apenas mencionava a necessidade de respeitar uma zona de exclusão aérea e ainda proibia a presença de tropas estrangeiras em solo líbio.

Pouco após a morte de Gaddafi, o chanceler russo, Serguei Lavrov, já havia questionado a legalidade do ataque aéreo ao comboio onde o ex-dirigente líbio era transportado, que terminou na captura e morte do ditador. A Otan afirmou, na ocasião, que não sabia que Gaddafi se encontrava no comboio atacado.

Em resposta às críticas pela falta de liberdade na Rússia, o premiê questionou o caráter democrático dos princípios promulgados pelo Ocidente.

"A todo o mundo mostraram imagens do assassinato [de Gaddafi], todo ensanguentado. Isso é democracia?", declarou Putin, que defendeu que o povo líbio deveria ter tido a oportunidade de decidir sobre o destino de seu ex-líder por via democrática.

Putin disse que as imagens da morte do ditador líbio lhe causaram "repugnância" e criticou os meios de comunicação ocidentais por falta de moralidade.

A Rússia defende que Gaddafi deveria ter sido preso e que sua morte nas mãos dos rebeldes líbios é uma violação do direito internacional.

Fonte: Folha.com

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