sábado, 12 de junho de 2010

BRASIL, PAÍS DO FUTEBOL, DOS FERIADOS...DA PREGUIÇA


O Brasil é o país do futebol, o país dos feriados, o país do "jeitinho brasileiro".
Não bastasse as dezenas de feriados que temos durante todo o ano, agora cria-se este ano mais um feriado nacional: Jogo da Seleção na Copa.
Bancos, orgãos públicos, comércio, todos colocam as pernas pro ar por algumas horas para assistir um jogo de futebol.
Quanto o Brasil deixa de produzir por conta dessas horas paradas?

Veja os dados publicados no editorial do jornal O Progresso.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou uma pesquisa mostrando que os 14 feriados de 2010 custarão R$ 850 milhões apenas à indústria paulista, ou seja, cada feriado significa um aumento de R$ 60,7 milhões no custo industrial da principal Unidade da Federação, fator que acaba contaminando o resto do Brasil e faz com que o consumidor pague cada vez mais caro por bens duráveis. É fato: somente em São Paulo, 90% das indústrias interrompem suas atividades produtivas durante o feriado.
O mais grave é que a cada novo feriado o custo do produto sobe, em média, 2,2%, para as indústrias que interrompem a produção, enquanto naquelas onde a paralisação é compensada por horas extras para recuperar a produção, o custo sobe para 3,2%. Na divisão por porte, os resultados mostram que 61% das pequenas e 58% das médias empresas param as atividades em feriado e acomodam a produção em horário normal, mas que o mesmo não acontece com as grandes empresas onde 41% continuam trabalhando mesmo em feriados. Na ponta do lápis, o aumento médio dos custos com um dia de feriado para as pequenas empresas é de 2,3%, enquanto para as médias chega a 2,1%, e para as grandes atinge a marca de 2,2%. Somente nos primeiros seis meses de 2010, a produção nacional foi interrompida pelo feriado do dia 1º de janeiro, de 16 de fevereiro, terça-feira de Carnaval; do dia 2 de abril, que é a Paixão de Cristo; do dia 21 de abril, uma quarta-feira, feriado de Tiradentes; do dia 1º de maio, um sábado, Dia do Trabalho, dia 3 de junho, de Corpus Christi.
O próximo feriado nacional será em 7 de setembro, uma terça-feira, de Independência do Brasil; seguido pelo dia 12 de outubro, outra terça-feira, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil; dia 2 de novembro, também na terça-feira, feriado de Finados; 15 de novembro, uma segunda-feira de Proclamação da República e, por último, dia 25 de dezembro, um sábado, feriado de Natal. Somando-se a essas datas os feriados municipais de emancipação político-admnistrativa e padroeiros dos municípios, chega-se à conclusão que o País perderá R$ 150,7 bilhões, quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) somente neste ano. Fica claro, portanto, que o que pode ser motivo de festa para uns acaba sendo de grandes prejuízos para outros. Pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) revela que as perdas sofridas pelo comércio de bens, serviços e turismo em virtude dos 12 feriados registrados no ano passado, todos em dias úteis, geraram prejuízos de R$ 55 bilhões, ou seja, quase R$ 5 bilhões por feriado.
Os números foram levantados junto as 5,5 milhões de empresas, responsáveis por 27 milhões de empregos em todo o país, que apontaram os feriados, principalmente aqueles que caem na quinta ou sexta-feira – quando a maioria aproveita para emendar o sábado – como um dos grandes vilões da economia brasileira. Para chegar a esses números, a Fecomércio analisou o cálculo das perdas na base de arrecadação do setor, aplicando a alíquota média dos impostos que deixaram de ser arrecadados e chegou a uma estimativa do faturamento que deixou de ocorrer por causa dos feriados. Este é o tipo de problema que, havendo vontade política, seria facilmente solucionado com a transformação de feriados nacionais em pontos facultativos, ou seja, a economia decidiria o que deveria ou não parar. O fato é que alguma coisa precisa ser feito, mesmo porque ainda que o decreto de feriados em datas que poderiam ser apenas comemorativas, como uma forma de homenagem, leva o custo da mão de obra empregada pelo comércio a subir cerca de 100%, ou seja, aumenta ainda mais o chamado custo-Brasil.

NÃO PRECISA DIZER MAIS NADA.

Um comentário:

  1. Eu pensei que somente eu sofria com isso. Sou comerciante e nunca vi nos últimos 5 anos, pessoas tão preguiçosas como a mão de obra do nosso país. É um absurdo ninguém quer nada! Vai ai meu desabafo!

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