segunda-feira, 31 de outubro de 2011

sábado, 29 de outubro de 2011

BLOGSFERA E OS DESAFIOS DE NÃO REPETIR OS VÍCIOS DA GRANDE MÍDIA


Apesar de os novos meios de comunicação terem democratizado o acesso à informação no mundo, problemas como a "dispersão e a ausência de sentido mais amplo" dos conteúdos padecem como desafios a serem vencidos pelos comunicadores. A opinião é do jornalista e sociólogo espanhol Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique.

"Hoje a informação é superabundante e, por isso, não tem mais valor em si, é gratuita", disse ele. "Por isso, há qualidades do jornalismo tradicional, no tratamento da informação, que não podem ser eliminadas e contribuem para qualificar o uso das novas tecnologias".

Esse seria um papel que os jornalistas poderiam cumprir, já que atualmente "não sabem mais qual a sua função". "Há uma crise de identidade nos meios tradicionais, que perderam o monopólio, e nos próprios jornalistas", analisou o espanhol.

Ramonet destacou o papel das novas tecnologias ao dificultar que governos controlem a informação, "como na Tunísia e no Egito", e colaborar para a democracia. No entanto, ressaltou que todos devem se preparar para o futuro, pois "tudo é transitório e, daqui a cinco anos, twiter, facebook e ipad talvez sejam substituídos por outras tecnologias".

"Os antigos meios de comunicação viveram uma estabilidade por décadas. Isso não ocorre hoje. Se este evento dos blogueiros tivesse acontecido há cinco anos, estaríamos falando aqui do My Space", disse.

Experiência brasileira
Em sua exposição, o jornalista brasileiro Luis Nassif afirmou que a blogosfera já é utilizada pelas mais diversas camadas da sociedade, da esquerda à direita. "Eu vivo uma guerra com a revista Veja, que diariamente me caluniava através de um de seus colunistas na intenet", afirmou.

Em linha com Ignácio Ramonet, ele disse que "a questão mais importante não é a tecnologia em si, que está em constante transfomação, mas os valores por trás dela". Nassif ainda rememorou o papel da mídia tradicional na legitimação da política econômica em diversos períodos da história brasileira.

"Na era do café, a imprensa defendia a política que beneficiava esse setor. Quem propusesse algo em outra linha, era criticado", afirmou. Ele lembrou que o nascimento do rádio e da indústria fonográfica nas primeiras décadas do século 20 abalou o poder dominante, pois "ajudava a criar a autoestima nacional, quando a elite ainda falava francês".

Na década de noventa, Nassif disse que novamente a política econômica foi determinada pela mídia, que se aproveita de que "a política é conduzida pelas pressões imediatas". "É com a mídia que se consegue chegar à opinião pública", analisou.

Segundo o jornalista, apesar do poderio ainda exercido pelos meios tradicionais, já há casos em que a blogosfera fez diferença, como quando ajudou a desmontar a operação midiática para desqualificar a operação Satiagraha da Polícia Federal, que atingiu em 2004 o banqueiro Daniel Dantas.

* Fonte: Carta Maior

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A HISTÓRIA E A REPRESENTAÇÃO DO REAL


Heródoto e Tito Lívio dedicaram-se a contar a história de seu tempo, mas, é possível existir imparcialidade no registro dos fatos? Para Flavia Maria Schlee Eyler, professora de História Antiga e Medieval na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), não é da condição humana ser imparcial.

“Existe sempre uma interpretação. História não é ciência exata, ela fala sobre o que passou, torna presente a ausência. Por isso, há sempre uma variabilidade de pensamento”, explica.

De acordo com Claudia Beltrão, professora de História Antiga da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Tito Lívio sabia – e deixou isso muito claro – que apresentava uma versão, uma interpretação de coisas passadas, a partir de outros textos, tradições orais, mitos, lendas, e objetos que lhe chegaram do passado.

“Tito Lívio abre o Livro I de 'Ab Urbe condita libri' (Desde a Fundação da Cidade), de um modo cuidadoso, dizendo que tratará de coisas que ocorreram há mais de 700 anos de sua própria época. Eis uma das (muitas) coisas que temos de levar em conta: ao escrevermos a história, é preciso prestar atenção à distância temporal – e à, espacial, social, religiosa e a outras distâncias – , para não pensarmos que os outros pensam, sentem, agem ou são como nós mesmos”, ressalta.

Segundo a professora, historiadores e outros profissionais da área de humanidades, criam, em suas narrativas, “efeitos do real”, uma vez que todo e qualquer documento per se (por si mesmo) é privado de significação.

“O objeto de conhecimento da história é o mundo das relações humanas e, em sociedade, os seres humanos sentem, pensam, agem, ponderam, emitem juízos de valor, argumentam, persuadem e são persuadidos. O texto historiográfico, em vez de descritivo, é interpretativo; em vez de reportar, informar, ele pretende analisar e interpretar, buscando o sentido do que ocorreu e ocorre com e entre os grupos humanos. O discurso historiográfico tem, desde sua origem, se esforçado por manter uma relação entre sua criação literária e os documentos, buscando as factae (as ‘coisas feitas’, e era assim que os romanos definiam o objeto de interesse da História) a partir de seus vestígios. Aí reside a freqüente releitura da História e das obras de historiografia, especialmente as clássicas, posto que possuíam uma preocupação explícita com a questão da narrativa e das representações, tendo-se sempre em mente que os historiadores não se destinam a descrever o real, mas sim a representá-lo”, completa.

Claudia Beltrão é professora de História Antiga e Medieval na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Fonte: G1

O PETRÓLEO E O SANGUE


Ao que parece, a Terra cobra, em sangue, o petróleo que é retirado de suas entranhas. Mas tem cobrado mal: não são os que os que consomem o óleo alucinadamente os que pagam a dívida para com o planeta, mas sim os que tiveram a maldição de o ter em abundância, como os paises árabes e muçulmanos. Todas as teorias – a defesa dos direitos humanos, da democracia, da civilização ocidental, e, até mesmo, do cristianismo – são ociosas para explicar a sangueira dos tempos modernos. No caso do Oriente Médio, a cobiça pelo petróleo, desde o início do século passado, tem sido a causa de todos os males.

As imagens divulgadas ontem, da prisão, da tortura e da morte do coronel Kadafi são semelhantes às da prisão, da farsa do julgamento, e da execução de Saddam Hussein. Da execução de Osama bin Laden ainda não conhecemos todas as imagens, mas é provável que um dia sejam divulgadas.

A biografia desses três homens é semelhante. Todos eles tiveram, em um tempo ou outro, as melhores relações com os países ocidentais, democráticos e cristãos. Em livro que será publicado nos próximos dias, a Sra. Condoleeza Rice confessou um certo fascínio por Kadafi, que a ela se referia como “minha princesa africana”. Hillary Clinton reagiu com interjeição de alegre surpresa, ao ver as imagens do trucidamento do coronel. Terça-feira, em Trípoli, ela disse claramente que Kadafi devia ser preso ou morto, imediatamente.

Osama bin Laden, como é sabido, foi sócio de Bush pai em negócios de petróleo. No Afeganistão se uniu à CIA e ao Pentágono, no trabalho político junto aos combatentes anti-soviéticos. Essas ligações devem ter influído no ódio de pai e filho ao combatente muçulmano.

O caso de Saddam é ainda mais significativo. O Iraque não podia ser considerado um país obscurantista. Ainda que não fosse democrático – e, segundo os indignados norte-americanos, tampouco há democracia nos Estados Unidos – era um regime tolerante, que dava relativa liberdade às mulheres, autorizadas a freqüentar as universidades e a usar trajes ocidentais, e não exercia perseguição aos não islamitas, tanto assim que o segundo homem do governo, Tariq Aziz, era cristão católico do rito caldeu.

Nessa cruzada disfarçada de conflito de civilizações, as mentiras foram as mais importantes armas dos Estados Unidos. Suspeita-se que todas elas decorram de uma mentira ainda maior: a de que o ataque às Torres Gêmeas de Nova Iorque tenha sido uma operação determinada por bin Laden. Que Saddam Hussein nada tinha a ver com isso, é hoje fora de dúvida.

Para justificar a invasão ao Iraque, os Estados Unidos apresentaram “provas” forjadas, como fotografias de caminhões e de galpões, como sendo de instalações nucleares. Afirmaram ao mundo, por Collin Powell e outros, que Saddam, além de desenvolver seu arsenal atômico, dispunha de outras armas de destruição em massa, como produtos químicos letais. O embaixador brasileiro José Maurício Bustani, então diretor da Organização das Nações Unidas para a Proibição de Armas Químicas, e conhecia a realidade iraquiana, sabia que se tratava de uma mentira, e tentava obter a adesão de Saddam ao tratado internacional contra as armas químicas – o que desmentiria as acusações americanas - foi destituído de seu cargo pelas pressões do governo Bush. Hoje, é o embaixador do Brasil em Paris.

A terceira peça do tabuleiro, a ser eliminada, foi o governante líbio. Ele fora declarado “limpo” pelos governos ocidentais, e privava da intimidade dos líderes norte-americanos e europeus. Caiu na esparrela de acreditar nisso, e enfrentou, ao mesmo tempo, os que o consideravam um renegado e os sedentos de seu petróleo e, por isso mesmo, sedentos de sangue.

Esses três casos são uma forte advertência aos países árabes que têm sido vassalos fiéis de Washington. Os príncipes da Arábia Saudita que se cuidem. O Paquistão, ao que parece, já está com suas barbas no molho.

E as mentiras continuam. Muhamad Jibril, que é o primeiro ministro interino e terá que vencer facções que lhe são contrárias, mentiu descaradamente, ao afirmar que Kadafi fora morto em “fogo cruzado” dos rebeldes com as tropas leais ao dirigente líbio. As imagens, divulgadas no mundo inteiro, mostram Kadafi ainda vivo, caminhando, levantando o braço, até ser derrubado a socos e pontapés, para ser, finalmente, assassinado.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O IMPÉRIO DERRUBA MAIS UM LÍDER


A foto divulgada pelos contra-revolucionários do CNT elimina dúvidas: Muamar Kadafi morreu. Notícias contraditórias sobre as circunstâncias da sua morte correm o mundo, semeando confusão. Mas das próprias declarações daqueles que exibem o cadáver do líder líbio transparece uma evidência: Kadafi foi assassinado.

No momento em que escrevo, a Resistência líbia ainda não tornou pública uma nota sobre o combate final de Khadafi. Mas desde já se pode afirmar que caiu lutando.

A midia a serviço do imperialismo principiou imediatamente a transformar o acontecimento numa vitória da democracia, e os governantes dos EUA e da União Europeia e a intelectualidade neoliberal festejam o crime, derramando insultos sobre o último chefe de Estado legitimo da Líbia.

Essa atitude não surpreende, mas o seu efeito é oposto ao pretendido: o imperialismo exibe para a humanidade o seu rosto medonho. A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã Bretanha deixará na História a memória de uma das mais abjetas guerras neocoloniais do início do século XXI.

Quando a OTAN começou a bombardear as cidades e aldeias da Líbia, violando a Resolução aprovada sobre a chamada Zona de Exclusão aérea, Obama, Sarkozy e Cameron afirmaram que a guerra, mascarada de «intervenção humanitária», terminaria dentro de poucos dias. Mas a destruição do país e a matança de civis durou mais de sete meses.

Os senhores do capital foram desmentidos pela Resistência do povo da Líbia. Os «rebeldes», de Benghazi, treinados e armados por oficiais europeus e pela CIA, pela Mossad e pelos serviços secretos britânicos e franceses fugiam em debandada, como coelhos, sempre que enfrentavam aqueles que defendiam a Líbia da agressão estrangeira.

Foram os devastadores bombardeaios da OTAN que lhes permitiram entrar nas cidades que haviam sido incapazes de tomar. Mas, ocupada Tripoli, foram durante semanas derrotados em Bani Walid e Sirte, baluartes da Resistência.

Nesta hora em que o imperialismo discute já, com gula, a partilha do petróleo e do gás libios, é para Muamar Kadafi e não para os responsáveis pela sua morte que se dirige em todo o mundo o respeito de milhões de homens e mulheres que acreditam nos valores e princípios invocados, mas violados, pelos seus assassinos.

Kadafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte. Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.

Que imagem dele ficará na História? Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muamar Kadafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida refletiu as suas contradições.

Três Kadafis diferentes, quase incompatíveis, são identificáveis nos 42 nos em que dirigiu com mão de ferro a Líbia.
O jovem oficial que em 1969 derrubou a corrupta monarquia Senussita, inventada pelos ingleses, agiu durante anos como um revolucionário. Transformou uma sociedade tribal paupérrima, onde o analfabetismo superava os 90% e os recursos naturais estavam nas mãos de transnacionais americanas e britânicas, num dos países mais ricos do mundo muçulmano. Mas das monarquias do Golfo se diferenciou por uma politica progressista. Nacionalizou os hidrocarbonetos, erradicou praticamente o analfabetismo, construiu universidades e hospitais; proporcionou habitação condigna aos trabalhadores e camponeses e recuperou para uma agricultura moderna milhões de hectares do deserto graças à captação de águas subterrâneas.

Essas conquistas valeram-lhe uma grande popularidade e a adesão da maioria dos líbios. Mas não foram acompanhadas de medidas que abrissem a porta à participação popular. O regime tornou-se, pelo contrário, cada vez mais autocrático. Exercendo um poder absoluto, o líder distanciou-se progressivamente nos últimos anos da política de independência que levara os EUA a incluir a Líbia na lista negra dos estados a abater porque não se submetiam. Bombardeada Tripoli numa agressão imperial, o país foi atingido por duras sanções e qualificado de «estado terrorista».

Numa estranha metamorfose surgiu então um segundo Kadafi. Negociou o levantamento das sanções, privatizou empresas, abriu setores da economia ao imperialismo. Passou então a ser recebido como um amigo nas capitais europeias. Berlusconi, Blair, Sarkozy, Obama e Sócrates receberam-no com abraços hipócritas e muitos assinaram acordos milionários , enquanto ele multiplicava as excentricidades, acampando na sua tenda em capitais europeias.

Na última metamorfose emergiu com a agressão imperial o Khadafi que recuperou a dignidade. Li algures que ele admirava Salvador Allende e desprezava os dirigentes que nas horas decisivas capitulam e fogem para o exílio.

Qualquer paralelo entre ele e Allende seria descabido. Mas tal como o presidente da Unidade Popular chilena, Khadafi, coerente com o compromisso assumido, morreu combatendo. Com coragem e dignidade.

Independentemente do julgamento futuro da História, Muamar Khadafi será pelo tempo afora recordado como um herói pelos líbios que amam a independência e liberdade. E também por muitos milhões de muçulmanos. A Resistência, aliás, prossegue, estimulada pelo seu exemplo.

Miguel Urbano Rodrigues é jornalista português. O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2246
e este artigo foi transcrito de http://resistir.info/
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INDÍGENAS LANÇAM MANIFESTOS CONTRA OS RISCOS DOS "NEGÓCIOS VERDES"


Numa mobilização inédita, indígenas de nove países na América do Sul lançam manifesto e alertam para o risco de ações criminosas na Amazônia. Comunidades também denunciam assédio de empresas que buscam lucro ilícito.

Indígenas esbarram frequentemente na dificuldade de serem ouvidos. "A maioria das autoridades ignora o nosso conhecimento tradicional, que vem dos ancestrais, acha que é bobagem. Mas queremos mostrar que entendemos sobre tudo isso que está acontecendo. Queremos colaborar com todo o processo de discussão sobre a crise climática e temos muito a contribuir", garante Sônia Guajajara, da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).

Com o objetivo de chacoalhar a opinião internacional, uma mobilização inédita reuniu povos indígenas da Amazônia e organizações nacionais de nove Estados na América do Sul com o objetivo de chamar a atenção para problemas já conhecidos por todos os governos: "A crise climática e ambiental é gravíssima, em pouco tempo será irreversível, os poderes globais e nacionais não podem nem querem detê-la, e pior, pretendem aproveitá-la com mais 'negócios verdes' mesmo que ponham em perigo todas as formas de vida."

O texto faz parte do manifesto assinado por organizações do Brasil, Bolívia, Equador, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Suriname. O grupo cansou do vocabulário suave e denuncia a "hipocrisia e contradição nas políticas globais e nacionais sobre florestas".

Segundo o documento, essa hipocrisia é vista em declarações, planos, pequenos projetos "sustentáveis" que têm um efeito reverso. E os impactos negativos da longa lista de atividades no território amazônico – entre elas o desmatamento, exploração de minérios, de hidrocarbonetos, megahidrelétricas, pecuária extensiva, biopirataria e roubo dos conhecimentos ancestrais – atingem em cheio as populações indígenas.

Cautela a favor do clima

Uma das grandes ameaças vistas pelos indígenas é o processo de negociação do mecanismo REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação). Eles alegam que essa ferramenta, que ainda está em fase de elaboração como arma contra o aquecimento global, corre o risco de beneficiar aqueles que sempre desmataram e degradaram.

"Nós defendemos que o REDD seja revertido em benefício coletivo, e não em recursos financeiros que irão parar nas mãos daqueles que buscam exclusivamente o dinheiro", explica Guajajara. "Nós, os índios, buscamos a valorização e o reconhecimento pelo serviço prestado ao meio ambiente, porque sempre conservamos a floresta", continua.

Em busca dos créditos de carbono, vendidos para indústrias que buscam compensar suas emissões, as abordagens nas comunidades indígenas são cada vez mais intensas, afirma a COICA (Coordenação das Nações Indígenas da Amazônia). Os índios relatam que ONGs com intenções duvidosas incentivam as comunidades a assinar contratos sem que as lideranças locais compreendam exatamente o que está escrito.

"Experiências no Peru e na Bolívia mostram casos de abuso e má-fé, e várias comunidades estão sofrendo muito para reverter algumas situações", relata Edwin Vasquez Campos, coordenador da COICA no Peru. Os chamados "caçadores de carbono" procuram tirar vantagens de frágeis leis locais com o intuito de fazer dinheiro.

Denúncia contra a indústria

É o que aconteceu com o grupo indígena dos Matsés, no Peru. Após serem assediados pela empresa Sustainable Carbon Resources Limited, representada pelo australiano David John Nilsson, a Aidesp, organização nacional dos indígenas peruanos, pediu a intervenção da Justiça para evitar uma tragédia.

Segundo relata um documento publicado em abril último, Nilsson tentou coagir os índios a assinarem um contrato de negócios de carbono que daria total poder à empresa sobre os 420 mil hectares de mata preservada. O empresário teria apresentado um documento em inglês e oferecido a quantia de 10 mil dólares aos indígenas.

A reportagem da Deutsche Welle tentou falar com a Sustainable Carbon Resources Limited, mas o único contato público disponível é uma página na internet que está "em construção".

Tendo em vista casos como o registrado no Peru, o manifesto assinado por grupos de nove países recomenda que Estados e bancos assumam sua responsabilidade para frear a expansão dos "ladrões de REDD" e rejeitem empresas e ONGs fraudadoras denunciadas pelos povos indígenas.

Expectadores e financiadores

Num encontro de cúpula de lideranças indígenas, realizado em Manaus na semana passada, estiveram presentes representantes das Nações Unidas, do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências de cooperação, inclusive da Alemanha, além de cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).

Peter Hilliges, do banco de desenvolvimento alemão KfW, que financia projetos na Amazônia, leu o manifesto dos indígenas e afirma que os direitos desses povos são levados em consideração tanto nas negociações climáticas quanto nas atividades que recebem dinheiro do banco.

"O KfW se preocupa em ser um agente neutro, não se posicionando nem do lado dos indígenas nem da iniciativa privada tampouco de algum governo. Nós procuramos, em meio a diferentes interesses e necessidades, encontrar sempre uma solução pragmática e realizável", disse em entrevista à Deutsche Welle.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Carlos Albuquerque
Fonte: DW-WORLD.DE

FRAUDE NA LOTERIA FEDERAL


A Casa caiu para Caixa Econômica Federal
Os números sorteados nos concursosMega Sena: 1225 e 1226 !!!

1225 - números sorteados = 31 / 32 / 34 / 40 / 50 / 55 ocorrido dia 23/10/2010.

1226 - números sorteados = 10 / 31 / 40 / 50 / 55 / 56 ocorrido dia 27/10/2010


O que foi que aconteceu? nunca tivemos tantos números repetidos em jogos consecutivos!


A Polícia Federal desconfiou que estivesse havendo algum tipo de fraude na MEGA SENA e, mal começaram as investigações, pegaram várias pessoas envolvidas no esquema, entre elas, funcionários, auditores, e muito peixe grande, ligados diretamente ao governo.
São muitas pessoas envolvidas no esquema. Eles fraudavam o peso da bolinha, fazendo sempre dar os números que eles quisessem e botavam 'laranjas' para jogar em diferentes Estados.
Você que achava estranho a Mega Sena acumular tantas vezes seguidamente, e quando saía o prêmio, apenas uma pessoa ganhava, geralmente em algum lugar bem distante..
Descobriram membros da quadrilha com 4 Bilhões em contas nos paraísos fiscais.

Mais uma vez o povo brasileiro é enganado.

Na TV só passou uma vez no Jornal da Record, e outra na BAND.
Certamente foram censurados.... Está na cara que o governo não quer perder a bocada que fatura cada semana com os jogos, e nem quer mais CPIs...

Esta notícia não pode ficar na gaveta. Divulguem!
Vamos nos unir e dar fim a essa grande rede de corrupção que envolve o nosso país.

sábado, 22 de outubro de 2011

QUEM TEM MEDO DA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA?


Nos meses transcorridos desde as acusações a Palocci até esta ofensiva contra Orlando Silva ficou clara a força da velha mídia para pautar a política nacional. A agenda política ficou periodizada pelos ministros que eram a bola da vez das acusações, numa sequência prolongada de “escândalos, que deu a impressão que essa era a cara mais marcante do governo.

A política econômica e sua articulação com as políticas sociais – o tema mais importante do governo, porque isso vai definir a capacidade do Brasil para resistir às consequências da crise no centro do capitalismo – não conseguiu o espaço essencial que deveria ter na agenda nacional. Ficou na sombra da pauta de denúncias produzida pela velha mídia.

Durante os últimos anos do governo Lula – e, em particular durante a campanha eleitoral – foi possível neutralizar relativamente o peso dos monopólios da mídia privada, com Lula – do alto da sua imensa popularidade e com sua linguagem de enorme apelo popular -, ainda mais que contávamos com os horários televisivos e os comícios da campanha.

Passadas essas circunstâncias, a velha mídia monopolista voltou a ocupar seu papel central na definição das agendas nacionais, pautando o governo com seu denuncismo, que visa enfraquecê-lo. Agem como um grande exército regular e nós, da mídia alterantiva, como guerrilhas. Temos credibilidade, rapidez, acesso aos jovens – que eles não dispõem – mas contamos com meios muito menores de difusão.

Temerosos do marco regulatório, difundem que haverá limitação à liberdade de expressão. Ao contrário, o objetivo não será calar ninguém, mas dar voz a milhões de outras vozes, que hoje, apesar de majoritárias no país, não se reconhecem e são excluídas da mídia tradicional.

Não haverá democracia real no Brasil enquanto não forem democratizados os meios de comunicação, enquanto algumas poucas famílias deixarem de querer falar e nome do país e da grande maioria da população, que vota contra e derrota sistematicamente os candidatos que essa mídia apoia.

É urgente iniciar o debate sobre o marco regulatório, mesmo que um Congresso infestado de donos de meios de comunicação privados resista ao máximo a qualquer forma de democratização da mídia. Defendem seus privilégios monopolistas, mas tem que ser derrotados, para que a formação de opinião pública no Brasil possa ser democrática e pluralista.

Por Emir Sader (Carta Maior)

MAFIOSOS


Já enxerguei no futebol o ópio do povo brasileiro, embora na adolescência chutasse com gosto não somente a bola, mas também tudo aquilo que se postava diante dos meus pés, inclusive pedras e latas, para desespero dos sapatos e da minha mãe. Que o futebol se prestou e se presta aos jogos da política e favoreceu e favorece o sossego dos herdeiros da casa-grande é inegável. Se Corinthians ou Flamengo ganham, a senzala exulta e esquece seus males.

Hoje a minha visão mudou. Espanta-me a trágica simbiose entre futebol e corrupção. Futebol e interesses torpes. Futebol e dinheiro imundo e exorbitante. Futebol e crime, para ser mais preciso. O fenômeno é mundial antes de ser brasileiro, é extraordinária, porém, a contribuição que alguns nativos ofereceram à metamorfose. João Havelange é primeiro motor, como diria Aristóteles, da transformação comandada do trono da Fifa, é o autor do big-bang.

Foi Havelange quem introduziu e consagrou as manobras, os ardis, as artimanhas pelas quais alguém pode manter o cetro e multiplicar a bandalheira por intermináveis mandatos, e, na hora da aposentadoria, fazer seu sucessor previamente treinado para a tarefa. No caso, o suíço Joseph Blatter. Para ficar em perfeita afinação com este esquema de poder, contamos no Brasil com Ricardo Teixeira, fortalecido pelo apoio do ministro Orlando Silva, com o possível condão de não perceber a diferença entre uma sociedade mafiosa e uma entidade honrada e competente.

O ministro talvez seja cidadão ingênuo. Temo, contudo, que se Totò Riina estivesse no lugar dos atuais próceres (aprendi a palavra ao ler, priscas eras, a Gazeta Esportiva e os monumentais comentários de Thomaz Mazzoni) certamente não faria melhor do que eles. Quero deixar claro que meu tempo de torcedor (do Palmeiras), encerrado ainda na juventude, remonta a uma fase do futebol mais ou menos romântica. Não me sai da memória uma foto que retrata Djalma Santos, finíssimo lateral-direito bicampeão do mundo (58 e 62), a caminhar para o vestiário com as chuteiras debaixo do braço enroladas em papel jornal.

Há motivos de sobra para que o futebol seja encarado como uma transcendência verde-amarela, foi desforra contra qualquer, eventual sentimento de inferioridade e consagração de um estilo único, com a contribuição da fibra longa da musculatura do negro e da quantidade desbordante dos praticantes. O jogador brasileiro foi um extraordinário produto de exportação já em época romântica e é em meio à lavagem atual, com uma pausa sensível nas décadas de 70 e 80.

Não convém iludir-se, no entanto. No Brasil e no mundo, a cartolagem tornou-se dona do futebol, com efeitos lamentáveis do ponto de vista técnico e tático, como sugeriria Mário Moraes, o comentarista- de 40 e mais anos atrás, parceiro de um locutor insuperável, Pedro Luiz, de sobrenome Paoliello. Jogava-se em primeiro- lugar pelo prazer, pela diversão, pelo espetáculo-. Pelo desafio. Hoje, em função da grana imponente, joga-se para ganhar a qualquer custo. Se for necessário, adequa-se o juiz às conveniências contingentes dos donos do poder. O prazer, a diversão, o espetáculo, o desafio, que se moam.

Há súbitas, inesperadas, milagrosas exceções, a atuação incomum de um craque transcendental, ou o Barcelona mágico de Pep Guardiola. A regra, contudo, é outra, e dentro dela, obviamente, é que se pretende organizar a Copa no Brasil no prazo de três escassos anos. Os evidentes atrasos na preparação do evento podem ser corrigidos e são menos determinantes nas preocupações de CartaCapital relativas aos riscos a que o Brasil se expõe.

Quando da vitória de Dilma Rousseff nas eleições do ano passado, não deixamos de fazer referência à má companhia em que se encontraria no momento de ser presidenta de um país campeão do mundo cinco vezes, chamado a organizar uma Copa depois de 62 anos. Renovamos o lembrete no momento em que os desmandos da Fifa de Blatter e dos seus apaniguados mais próximos e mais obedientes vêm à tona, a simbolizar o negócio escuso em que o futebol se tornou.

Não deixo, enfim, de retornar às linhas iniciais, para dizer da minha avassaladora irritação a irromper quando o herdeiro da casa-grande, acostumado a açoitar o herdeiro da senzala ao menos moralmente, esfola as palmas de tanto aplauso ao celebrar o gol do ex-escravo, transformado no gramado, e ali apenas, em herói da brasilidade
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Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital.

REVOLUÇÃO ÁRABE


Da esquerda para direita: Zine El-Abidine Ben Ali da Tunísia, Ali Abdullah Saleh do Iêmen, Muammar al-Gaddafi da Líbia e Hosni Mubarak do Egito, em foto de outubro de 2010.
Hoje, um ano depois, Gadhafi está morto, provavelmente assassinado depois de feito prisioneiro, Mubarak está preso e sob julgamento no Egito, Ben Ali está num exílio endinheirado na Arábia Saudita e Saleh está cai-não-cai, às voltas com uma ampla revolta contra ele e um processo que vai em direção à guerra civil.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A VERDADE SEMPRE APARECE!


A verdade dos fatos: Indeferida a representação contra Ana Júlia Carepa O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará indeferiu a representação eleitoral imposta contra a ex-governadora Ana Júlia Carepa. Ela foi acusada pelo Ministério Público de distribuir combustível à véspera da eleição de 2010 em troca de votos. Porém, ontem, por unanimidade, os juízes eleitorais entenderam que os carros que estavam sendo abastecidos estavam a serviço da campanha, e obedecendo a todos os requisitos legais. De acordo com a acusação, entre os dias 30 e 31 de outubro, dia da eleição, uma diligência do MP apreendeu requisições de combustível que estavam sendo distribuídas para carros adesivados com o emblema da campanha da então candidata. Segundo o MP, estas pessoas estavam sendo cooptadas em troca de votos para o pleito. Porém, o advogado de defesa de Ana Júlia, Cláudio Bordalo, contestou a informação alegando que o abastecimento foi destinado aos carros que estavam exercendo atividades na campanha, tanto na véspera, quando ainda estava liberada a realização de carreatas, bem como no dia da eleição, pelas pessoas que iriam atuar na fiscalização das eleições. Ele também ponderou que o próprio promotor de justiça, Gilberto Valente, que estava à frente da fiscalização, respondeu em juízo que nenhuma testemunha chegou a dizer que estava recebendo combustível em troca de votos. A defesa foi acatada pela juíza relatora, Ezilda Pastana, que ressaltou no voto a fragilidade das provas contra a candidata. Ela também ponderou que os depoimentos das testemunhas também convergiam para tese da defesa e que todas as requisições constavam regularmente na prestação de contas apresentada. O voto foi referendado pelos demais membros da Corte que decidiram, por unanimidade, indeferir o processo.

Fonte: O Liberal

CONDUTA VERGONHOSA


O BLOG DO JOÃO reproduz na íntegra postagem do Blog da Franssinete Florenzano (www.uruatapera.blogspot.com), por não concordar com a mudança do nome da Trav Apinagés. Nem precisa dizer que o vereador Gervásio Morgado além de traidor (pergunte ao ex vereador Candido Jr, porque), é extremamente "puxa saco" da família Rodrigues.
Vereador Gervásio, tome vergonha na sua cara e vá lutar pelo povo que inocentemente lhe elegeu, vá apresentar projetos que melhore a vida da população que paga seu salário pro Sr ficar brincando de mudar nome de rua. Fiscalize os desmandos e a incompetência do prefeito Duciomar! Pare de esquentar cadeira e vá trabalhar!

Segue a postagem da Franssinete

A Travessa Apinagés - como há mais de século era chamada aquela artéria do bairro do Jurunas, em Belém do Pará - virou Travessa Jerônimo Rodrigues, que é o nome, vejam só, do fundador do grupo supermercadista Líder.

E sabem de quem foi a indecente iniciativa? Do quase ex-vereador Gervásio Morgado, claro. Quem mais haveria de jogar no lixo a nossa memória histórico-cultural, a fim de bajular alguém cuja família lhe interessa agradar? Ah, mas também não devemos esquecer que, para tal aberração ser aprovada, houve o consórcio de outros vereadores que mostraram o quanto desprezam os bravos antepassados parauaras. A maioria votou a favor, e o prefeito CO2 sancionou. Confirmam assim que merecem ser enxotados todos da vida pública ano que vem, através das urnas.

Extirparam a homenagem que a capital do Estado prestava aos diversos grupos indígenas que foram a base étnica - misturada depois com europeus, africanos, asiáticos - formadora da nossa população.

A nação jurunense é um dos poucos bairros de Belém que têm uma identidade tão própria, forjada no nascer-morar-viver-morrer no meio dos Munduruku, Pariki, Apinayé, Karipuna, Tamoyo, Timbira, Tupinambá...

Usurparam o direito cidadão de consulta sobre mudança tão despropositada, espoliaram a identidade indígena de quem nasceu e se criou no local.

Admiro-me da família do homenageado em aceitar essa vergonhosa permuta. Daria grande demonstração de dignidade e paraensismo se recusasse a troca e exigisse o retorno da antiga denominação.

Quem quiser ficar calado e se omitir, que não reclame depois. Eu jamais desistirei de denunciar esse comportamento vergonhoso dos que têm obrigação de respeitar e preservar a nossa História. Além desta e de todas as tribunas que me forem acessíveis, irei às ruas, ano que vem, alertar para o perigo que esses indivíduos representam com mandato. Vendilhões da Democracia, execradores da História, estelionatários eleitorais. Que sumam da vida pública!

Fonte: http://uruatapera.blogspot.com/

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

TRAGÉDIAS NA HORA DO ALMOÇO


Infelizmente a banalização da violência está presente em nossos lares através dos programas jornalísticos que exploram a exaustão os crimes cometidos em nossa cidade.
Em Belém, duas emissoras disputam o título de quem derrama mais sangue na hora do almoço. Veja este artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de outubro de 2011.

Muita gente ainda almoça em casa no Brasil, embora o hábito venha diminuindo nos últimos anos por conta das dificuldades cada vez maiores de deslocamento em quase todas as cidades.

Mas além dos que trabalham fora e ainda têm essa possibilidade há crianças, jovens, idosos, donas de casa e pessoas com outros tipos de afazeres que seguem almoçando em casa todos os dias.

Sem dúvida, um privilégio. Salvo por um pequeno senão: a TV ligada nesse horário. Na tela, muitas cenas são incompatíveis com uma refeição saudável.

Por exemplo: justiceiros arrastando um homem para a morte, com o som dos seus apelos desesperados pela vida, das ordens de atirar (e em que parte específica do corpo), dos tiros, das recomendações para crianças saírem de perto e finalmente as chamas consumindo a vítima.

Pode haver algo mais escabroso para ser mostrado em qualquer horário? Essas cenas foram exibidas perto do meio-dia no programa “Cardinot Aqui na Clube”, da TV Clube, afiliada da Bandeirantes em Recife. É apresentado por Josley Cardinot que tem contra ele uma ação na justiça por mostrar, anteriormente, conteúdos semelhantes no programa “Bronca Pesada”, então transmitido pelo canal local do SBT.

E não adianta mudar de estação. As diferenças entre os programas são muito pequenas. Um copia o outro. No caso de Pernambuco, na hora do almoço a TV Jornal (SBT) apresenta agora o “Plantão 190” e a TV Tribuna (Record) o “Ronda Geral”, também policialescos.

Como se vê a frase "o melhor controle é o controle remoto" é um simples jogo de palavras para eximir os concessionários de canais de TV de suas responsabilidades éticas e sociais. Dá-se a eles uma liberdade absoluta, inexistente em qualquer outra atividade profissional.

Não se trata de censurar a informação sobre um grave fato policial mas de ressaltar a possibilidade de uma notícia como essa ser transmitida de forma menos agressiva. O telespectador tem o direito de ser informado sobre a execução cometida por justiceiros sem, no entanto, se submeter à violência das cenas exibidas. Ainda mais diante da constatação de que quando se liga a TV, nunca se sabe o que vem pela frente. E, para muitos, o susto é enorme. A TV não é como o jornal, cuja noção do que publica se sabe antes de comprá-lo. A TV entra em nossas casas sem pedir licença, basta apertar o botão. Dai a necessidade de um controle público mais rigoroso.

As respostas da sociedade a esse tipo de programa ainda são tímidas. No Recife, uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público, a pedido de várias organizações de defesa dos direitos humanos contra o programa “Bronca Pesada”, arrasta-se há anos sem solução.

Agora, diante das imagens da execução de um homem, mostradas pela TV Clube, novas ações devem ser propostas. O Centro de Cultura Luiz Freire gravou as cenas e as exibiu para os deputados que integram a Frente Parlamentar da Comunicação do Estado, tentando sensibilizá-los para o problema.

Sem uma lei moderna que coíba esse tipo de abuso e de um órgão regulador com poderes para aplicá-la, como ocorre na Europa, restam poucas alternativas de resposta dos cidadãos às emissoras.

Até hoje apenas uma atingiu os efeitos desejados. A decisão judicial que tirou do ar, por 30 dias, o programa João Kleber, apresentado pela Rede TV. Em lugar das humilhações impostas principalmente a homossexuais, a emissora foi obrigada a transmitir no mesmo horário produções realizadas por entidades defensoras dos direitos humanos. A audiência, é bom frisar, não caiu, desmentido a afirmação repetida à exaustão de que o público gosta de baixarias.

Mas esse é um exemplo único. Muito pouco diante da quantidade de programas que, diariamente, em todo o país seguem contribuindo para a banalização da violência e a expansão da incivilidade.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

TAPAJÓS E CARAJÁS: FURTO, FURTEI, FURTAREI


Essa foi a vaia mais estrondosa e demorada de toda a história da Amazônia. Começou no dia 4 de abril de 1654, em São Luís do Maranhão, com a conjugação do verbo furtar, e continuou ressoando em Belém, num auditório da Universidade Federal do Pará, na última quinta-feira, 6 de outubro, quando estudantes hostilizaram dois deputados federais que defendiam a criação dos Estados de Tapajós e Carajás.
A vaia, que atravessou os séculos, só será interrompida no dia 11 de dezembro próximo, quando quase 5 milhões de eleitores paraenses irão às urnas para votar, num plebiscito, se querem ou não a criação dos dois Estados desmembrados do Pará, que ficará reduzido a apenas 17% de seu atual território caso a resposta dos eleitores seja afirmativa.
A proposta de divisão territorial não é nova. Embora o fato não seja ensinado nas escolas, o certo é que Portugal manteve dois estados na América: o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão e Grão-Pará, cada um com governador próprio, leis próprias e seu corpo de funcionários. Somente um ano depois da Independência do Brasil, em agosto de 1823, é que o Grão-Pará aderiu ao estado independente, com ele se unificando.
Pois bem, no século XVII, a proposta era criar mais estados. Os colonos começaram a pressionar o rei de Portugal, D. João IV, para que as capitanias da região norte fossem transformadas em entidades autônomas. O padre Antônio Vieira, conselheiro do rei de Portugal, D. João IV, convenceu o monarca a fazer exatamente o contrário, criando um governo único do Estado do Maranhão e Grão-Pará sediado inicialmente em São Luís e depois em Belém.
Para isso, o missionário jesuíta usou um argumento singular. Ele alegava que se o rei criasse outros estados na Amazônia, teria que nomear mais governadores, o que dificultaria o controle sobre eles. É mais fácil vigiar um ladrão do que dois, escreveu Vieira em carta ao rei, de 4 de abril de 1654: “Digo, senhor, que menos mal será um ladrão que dois, e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um só”.
Num sermão que pregou na sexta-feira santa, já em Lisboa, perante um auditório onde estavam membros da corte, juízes, ministros e conselheiros da Coroa, o padre Vieira, recém-chegado do Maranhão, acusou os governadores, nomeados por três anos, de enriquecerem durante o triênio, juntamente com seus amigos e apaniguados, dizendo que eles conjugavam o verbo furtar em todos os tempos, modos e pessoas. Vale a pena transcrever um trecho do seu sermão:
- “Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Esses mesmos modos conjugam por todas as pessoas: porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantos para isso têm indústria e consciência”.
Segundo Vieira, os governadores ”furtam juntamente por todos os tempos”. Roubam no tempo presente, “que é o seu tempo” durante o triênio em que governam, e roubam ainda ”no pretérito e no futuro”. Roubam no passado perdoando dívidas antigas com o Estado em troca de propinas, “vendendo perdões” e roubam no futuro quando “empenham as rendas e antecipam os contrato, com que tudo, o caído e não caído, lhe vem a cair nas mãos”.
O missionário jesuíta, conselheiro e confessor do rei, prosseguiu:
“Finalmente, nos mesmos tempos não lhe escapam os imperfeitos, perfeitos, mais-que-perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais se mais houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles como se tiveram feito grandes serviços tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas”.
Numa atitude audaciosa, padre Vieira chama o próprio rei às suas responsabilidades, concluindo:
“Em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: os teus príncipes são companheiros dos ladrões. E por que? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente, seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo”.
Os dois novos Estados – Carajás e Tapajós – se criados, significam mais governadores, mais deputados, mais juizes, mais tribunais de contas, mais mordomias, mais assaltos aos cofres públicos. Por isso, o Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns, sediado em Santarém, representando 13 povos de 52 aldeias, se pronunciou criticamente em relação à proposta. Em nota oficial, esclarece:
“Os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós, porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente dificilmente é bom para nós”.


José Ribamar Bessa Freire
Diário do Amazonas 09/10/2011
* O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

TERRORISTA E "CELEBRIDADE"



O Brasil, diz-se, é um país generoso, cordial, hospitaleiro.

Os brasileiros, no entanto, deveriam sopesar essas qualidades reconhecidas no mundo inteiro para não dar a impressão de que são tolerantes com criminosos, inclusive os importados.


É o caso de Cesare Battisti. Ele é italiano. Em seu país, foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na década de 1970, quando militava no grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).


O governo, com o aval do Supremo Tribunal Federal, deu asilo, deu acolhida, deu abrigo, negou a extradição desse cidadão.


Libertado da cadeia, onde foi mantido desde que foi preso até o pronunciamento final do STF, em junho deste ano, ele virou celebridade.
Recentemente, fez uma viagem nostálgica ao Rio. Comoveu-se, sobretudo, ao rever Copacabana, a mesma Copacabana onde foi preso quando a polícia o descobriu na condição de clandestino.


Ao passear pelo calçadão da avenida Atlântica, Battisti distribuiu autógrafos, conversou com os passantes, trocou abraços, enfim, confraternizou folgada e despreocupadamente com brasileiros às dezenas que o festejaram.


Não se sabe se os brasileiros que receberam autógrafos de Battisti e o trataram como celebridade sabem que ele esteve diretamente envolvido na morte de quatro inocentes.


Não se sabe se os brasileiros que generosamente, cordialmente o trataram como um cidadão de incontrastáveis e boas qualidades sabem que ele se valeu do terrorismo - perverso, selvagem, bárbaro - para promover suas pretensões ideológicas, sabe-se lá quais eram e quais são.


Não se sabe se os brasileiros transbordantes de hospitalidade, que trocaram abraços e calorosos apertos de mão com esse terrorista não-arrependido sabem que sua libertação, no Brasil, causou revolta entre os italianos, sobretudo entre os familiares das vítimas de atrocidades do grupo terrorista do qual Battisti participava.


Saibam ou não de quem se trata, o certo é que a condição de refugiado político, de asilado ou seja lá o que for não apaga os crimes que Battisti cometeu.


Sua nova condição de celebridade não o absolve das atrocidades que praticou na Itália e muito menos o desobriga de observar as leis brasileiras.


Por isso é que o Ministério Público Federal no Distrito Federal ingressou com ação civil pública pedindo a anulação da concessão do visto de permanência de Cesare Battisti no Brasil e sua consequente deportação.


A Procuradoria alega que o ato de concessão do visto ao italiano é ilegal e contraria 'expressamente' o Estatuto do Estrangeiro. De acordo com a lei, proíbe-se a concessão de visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira.


Lembra o MPF que o Supremo, ao analisar o processo de extradição de Battisti, concluiu que os delitos cometidos pelo italiano têm natureza comum, e não política. São, portanto, passíveis de extradição, segundo a Constituição.


Na mesma decisão, no entanto, o Supremo decidiu que cabe ao chefe do Poder Executivo, em ato político, a palavra final quanto à entrega do estrangeiro reclamado. No caso de Battisti, coube ao então presidente Luís Inácio Lula da Silva negar, no último dia de seu governo, a extradição do italiano.


A decisão política do ex-presidente não muda a natureza dos crimes imputados a Battisti. Se ele foi terrorista antes de ser acolhido em definitivo no Brasil, continua terrorista. E se foi acusado e condenado por quatro homicídios em seu país, o fato de o Brasil ter negado a sua extradição não o transforma em inocente.


Não seria demais os brasileiros - sobretudo os mais generosos, os mais cordiais, os mais hospitaleiros - terem presente essa condição de Battisti. Pelo menos para não o tratarem como celebridade.


Fonte: O Liberal

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O MEDO (E A HUMANIDADE) DO PAPA


No momento em que foi vítima do atentado de um búlgaro, em uma concentração na praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Joao Paulo I conseguiu dizer: Por que eu?

Não teria se dado conta que era porque foi eleito o representante de Deus na Terra? Também não teria se dado conta do papel político central que assumiu na política mundial? Tampouco se poderia entender por que ele se lamentaria de abandonar este Vale de Lágrimas, ainda mais ele, que teria garantido o Reino dos Céus pela vida eterna?

Foi um momento de rara humanidade do Papa. Ele, a quem eu havia visto, prepotente, na Nicaragua sandinista, tentando dar lições de democracia a um regime popular, desde um Estado teocrático. Ele, que havia retirado a mão, no aeroporto, quando Miguel D’ Escotto – sacerdote e ministro de Relações Exteiores do governo nicaraguense - se ajoelhou, humildemente, para beijar sua mão. Ele, que reiterou várias advertências ao povo nicaraguense que o interrompia no seu discurso na Praça Augusto Cesar Sandino, no centro de Managua, quando se davam conta que ele se atrevia a criticar a FSLN, e acabou se retirando da Praça, sem terminar seu discurso – a que ele havia acorrido com uma elegante bata branca e um imponente bengala.

Esse mesmo Papa teve medo da morte no atentado, a que sobreviveu, e pode seguir representando a seu Deus neste Vale de Lágrimas.



O filme de Nanni Moretti – que entrará logo em cartaz no Brasil, - se chama Habemus Papam: o psicanalista do Papa. Um cardeal – um Michel Picolli envelhecido, mas sempre extraordinário – é eleito Papa, mas não quer, tem medo, entra em crise, chora, se isola no seu quarto, enquanto um cardeal avisa aos aglomerados na Praca – turistas e uma parte de fieis – que o novo Papa já foi eleito – conforme a fumaça branca -, mas que estava orando no seu quarto, pedindo força a Deus para assumir sua representação na Terra.

Chamam um psicanalista – representado pelo próprio Nanni Moretti – para conversar com o Papa, mas com a recomendação expressa de não tocar em temas como a infância do Papa, sua mãe, seus sonhos, além da presença de todos os cardeais em volta, o que leva ao fracasso do apelo a Freud.

O Papa acaba fugindo e sai, com roupas civis, pelas ruas de Roma, convivendo com as pessoas como se fosse um mortal qualquer. Providencia-se um funcionário do Vaticano para ocupar seu quarto e fazer aparecer às vezes sua mão para a multidão reunida na Praça, outras vezes apenas agitando a cortina, acendendo e apagando a luz. Esse funcionário fica comendo e dormindo no quarto do Papa, os cardeais acreditando que é o Papa que esta ali, inclusive quando o serviço do Estado do Vaticano coloca um CD e toca Mercedes Sosa cantando Todo cambia, que os cardeais acompanham, radiantes, crendo que era um sintoma do estado de ânimo festivo do novo Papa.

Como o Concílio não terminou, porque o Papa ainda não aceitou a sua nomeação, nem os cardeais, nem o psicanalista podem sair. Então este organiza um alegre campeonato de vôlei entre os cardeais representados no Concílio, como passatempo e forma de descarregar as tensões. O Vaticano como Estado está em jogo. O novo Papa está nomeado, não pode ser substituído por outro, nem se sabe o que fazer com ele, se não assumir o cargo.

Toda a trama funcional da nomeação de um cardeal como representante de Deus na Terra fica pendendo por um fio, enquanto o nomeado passeia alegremente por Roma, vai ao teatro, come em restaurante, conversa com as pessoas do povo, feliz, no seu verdadeiro mundo, enquanto está em suspenso o cargo de Deus na Terra e o povo continua esperando seu discurso. Não conto o final, mas basta isso para revelar a humanidade de uma pessoa comum, que tem medo, que chora, que entra em crise, que escapa das responsabilidades que lhe querem impor, para fazer do filme uma grande película.

O mesmo exercício de humanização que tinha feito Saramago no seu Evangelho segundo Jesus Cristo e num de seus últimos livros – Caim. Aqui Caim conversa com Deus sobre o papel que lhe atribuiu na Terra, suas responsabilidades e o questionamento de Deus ao impor-lhe o conflito com o irmão e a imagem negativa nesse conflito. Outras circunstâncias, como a de Abrãao, a quem Deus pede que ofereça a vida do seu filho como sacrifício, são reavaliadas por Caim, que se pergunta que Deus todo bondoso é esse, que impõe a um pai o pior dos sacrifícios?

O filme de Moretti foi execrado pelo Vaticano, que se sentiu nu diante da parábola – talvez não tao irreal, dado que se propala que um dos Papas anteriores a Joao Paulo II, que teve papado curto, teria morrido em circunstâncias estranhas, associadas a suas visões inconoclastas, entre elas a de que Deus seria mulher ou homem e mulher, com todas as consequências para o tema de gênero que traria para o Vaticano e a Igreja Catolica. Em suma, a parábola pode ajudar a entender mecanismos desse estranho Estado teocrático que é o Vaticano. E diverte muito. Sem dúvida, um filme à altura das grandes comédias do cinema italiano.

Por Emir Sader
Carta Maior

terça-feira, 11 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

FELIZ SÍRIO


Na imagem acima, dois homens da Síria com trajes típicos do início do século XX. Eles estão muito felizes. Seja Feliz também!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A MAIOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS


Talvez as pessoas não te conheçam tão bem ou não te compreendem porque acham que você está errado.
Se você passar a amar essas pessoas talvez elas passem a compreender o que você sente!
Até porque "Gentileza gera Getileza" Se você compreende a pessoa ela passa a te compreender também! Simplesmente seja você e mude o que for preciso.

sábado, 1 de outubro de 2011

O BRASIL DOS EXTREMOS EM BIENAL NA BÉLGICA


A 23a Bienal Europalia Arts Festival, um dos principais eventos europeus no campo das artes, terá em 2011 o Brasil como país homenageado. São 470 eventos, 300 atrações de música, dança, teatro, circo, artes e eventos de literatura e cinema em mais de 200 espaços culturais da Bélgica e países vizinhos. Estima-se que ultrapasse os 2 milhões de visitantes. Serão 1.700 obras de arte brasileira que vão integrar 13 exposições que irão ocorrer de 04 de outubro de 2011 até 15 de janeiro de 2012.



O núcleo de Fotografia Contemporânea Brasileira terá o título “Extremos”, curado pelo paraense Guy Veloso e pela paulista Rosely Nakagawa, mostrará em três galerias do Museu Bozar, em Bruxelas, “um país de dimensões continentais, onde opulência e pobreza convivem lado a lado, e os opostos são unidos por um só nome, bandeira e língua”. Retratando e interpretando este universo tão diverso que é o Brasil.



Os fotógrafos convidados a integrar a mostra são: Adenor Gondim, Anderson Schneider, André Cypriano, Andre Vieira, Carlos Moreira, Cássio Vasconcellos, Claudia Andujar, Cristiano Mascaro, Gustavo Lacerda, José Bassit, Mestre Julio Santos, Luiz Braga, Maureen Bisilliat, Paula Sampaio, Pedro Lobo, Ricardo Labastier, Thomaz Farkas (em memória), Tiago Santana e Walter Firmo.



Segundo o curador e também fotógrafo Guy Veloso (que expôs recentemente na XXIX Bienal de SP), "Extremos traz um país divisado pelos contrastes, mas sem fronteiras de criação; investiga a própria atualidade, exercendo leituras de si e do mundo”.



Twitter: @europalia / Sites: www.europalia.be e www.bozar.be